Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. C.Chaplin

Nome:
Local: São Paulo, SP, Brazil

Jornalista, integrante da missão Manuela Saéz, a libertadora do libertador Simón Bolívar: nossa missão? Libertar o mundo da desinformação midiática



terça-feira, setembro 16, 2008

A roda do mundo me engole cada dia mais.
Estou me deixando engolir.
Não consigo parar o mundo
não posso descer!
É muito frenético,
constante.

Não me dão direito de escolha
com quem reivindicar meu direito de simplesmente parar?
Não posso estar alheia...
ociar...
Tudo com hora marcada.
Dias contados.
Prazos vencidos...

E a vida?
Esta se vai louca
dissolvida em papéis,
horários,
reuniões,
decisões importantes...

Passarei pela vida sem deixar nada?
Serei mais um dos milhões que correm contra o tempo?

Talvez... ainda dê tempo...

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segunda-feira, junho 30, 2008

A filosofia da alcova

O coletivo da borboleta
O efeito borboleta
Fazer borboleta
Ser.
O bater de asas da borboleta
O ser borboleta
O efeito de bater das asas da borboleta
Bater.
A transformação da borboleta
O borboletar da transformação
O transborboletear
Borboletar.

..............................................................

O filme de ontem a noite ainda passava ba sala da minha memória. E eu estava no sofá. no sofá assistindo passar o filme da minha vida. Como seria se eu fosse uma mulher? O filme continuava ininterruptamente.
O sofá macio não permite que eu aja. Só falta a pipoca.
O que meus olhos vêem não me apraz. Hoje eu parei no farol e um menino veio pedir. Não abri os vidros, nem me comovi. Afinal, existem tantos dele, que não pude me permitir cometer a injustiça de ajudar a um e deixar os outros à deriva... Não abri e ele me olhou nos olhos... Oras... não achei aquele olhar triste, ou digno de piedade.
Não sou insensível, como deve estar pensando. Antes de me criticar, ouça! Aconteceu que naquele momento, por exemplo, estava pensando no coletivo da borboleta e era um grande problema! Esse sempre é um grande problema! Só que é um problema bonito, gostoso de se pensar. Você consegue entender? Você já pensou no que pensa uma borboleta? Você não sabe porqie não se importa! Mas eu me importo! Elas são....... Pára!! Eu sei que não acha importante! Eu sei, e quero só que me ouça! Não me julgue asisim! Pára! Não fala assim comigo!...
Oh... ela batia as asas, aí o menino voava em cima daquela flor que era de pneu de caminhão e aí ele virava um lagarto mau, que queria comer a borboleta, a minha borboleta, e a borboleta era o menino agora e ele estava do lado de fora e aí a borboleta entrava no carro e eu queria ajuda, mas eu não podia, eu não podia porque você estava o tempo todo lá, você sentava do meu lado e falava para eu abrir a janela, mas você viu que ele estava com a borboleta e eu não salvei o menino daquele fragão, porque você estava lá, e você sempre está lá, o menino teve que morrer, e agoa você também vai!

E ele quebrou o espelho e deitou sobre os cacos, para ser a última vez que ela o feriria.

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domingo, junho 03, 2007

E se todo mundo está mentindo, em quem acreditar?

É nisso que venho pensando há tempos... não acredito na mídia burguesa (discurso de comunista? Classifique como quiser... se todos os modelos estão errados, posso escolher o que quiser e estarei errando do mesmo jeito) e estou chegando à situação de não acreditar sequer em uma vírgula do que é publicado nesses veículos!

Em apenas uma semana dois exemplos absurdos da manipulação:



1)a manifestação dos estudantes da USP na quinta-feira: Oras, devemos começar pelo fato de que não eram estudantes da USP, mas estudantes das universidades estaduais, que protestavam pelo fim dos ridículos decretos do governador. Não eram perturbadores da ordem pública que ali estavam, mas cidadãos descontentes com as medidas – despóticas – tomadas pelo governante eleito para defender NOSSOS interesses. Afinal, não é para isso que são eleitos representantes na democracia representativa?

Todos esmbravejaram devido ao caos provocado no trânsito de São Paulo, mas nós não teríamos feito isso caso o excelentíssimo governador não nos tivesse barrado de maneira absolutamente autoritária e intransigente, afinal, está na Constituição:

Artigo 5º da Constituição Federal
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Eu me esmerei, mas não consegui encontrar nada (na constituição estadual) que dissesse que não é permitido realizar atos na Praça do Estado ou no Palácio dos Bandeirantes...

E..



2)A polemização acerca do final da concessão da TV venezuelana RCTV. Novamente a mídia se omitiu, manipulou e distorceu fatos e dados.
Vale sempre lembrar que a concessão do direito de transmissão de sinal seja de televisão, seja de rádio é um direito e está garantido na Constituição tanto brasileira como venezuelana.

Mas, a concessão é pública e deve atender às “necessidades” também públicas... é assim que deve ser.

Segundo a Constituição Brasileira:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

No caso o presidente e o congresso venezuelano entenderam que a RCTV (por ter participado ativamente do golpe de estado contra o presidente Hugo Chávez em 2002), não atende a esses interesses, portanto, em seu lugar funcionará uma TV pública.
Quanto aos argumentos de que a democracia midiática foi ameaçada com a decisão... ora.. francamente! Que tipo de liberdade é essa? Não podemos cometer o ledo engano de confundir liberdade com libertinagem!
documentário a revolução não será relevisionada

Segundo matéria do Le Monde Diplomatique, assinada por Bernard Cassen, “[na Venezuela] dos 10 jornais de difusão nacional, 9 são de oposição declarada ao governo. (...) Nos artigos de opinião publicados em quatro deles, em janeiro de 2007, veremos os seguintes resultados: para El Nacional, 112 hostis, 87 neutros e 6 favoráveis; para El Universal, os dados correspondem a 214, 89, 9; para Ultimas Noticias, 31, 59 e 18; para El Mundo, 49, 39 e 15, o que não os impede de receber a publicidade das empresas, agências e serviços públicos.”.

Se fosse um ato de censura e ameaça à famigerada liberdade de expressão, não seria somente a RCTV a contemplada pelo Chávez...

E para provar a democracia mundial de dois pesos e duas medidas: nos Estados Unidos, 141 concessionárias de rádio e TV foram fechadas entre 1934 e 1987. Na inglaterra, foram 5 cancelamentos nos últimos 8 anos, no Canadá uma concessão, na Espanha duas em 2005 e uma em 2004, e ainda a França, Irlanda e Rússia fizeram o mesmo. (Os dados foram levantados por Ernesto Carmona, presidente do Colégio de Jornalistas do Chile, no artigo intitulado Salvador Allende se revolve em sua tumba: senadores socialistas comparam Chávez a Pinochet.)

A diferença é que nesses países, concessão é um direito público e pode ser contestada, assim, nenhum outro [país] deu palpites, lançou campanhas ou duvidou da democracia instaurada.

Mas... tudo isso a grande imprensa não falou... por que será?

Por esses e por muitos outros acredito somente no que me apetece... os próprios filósofos dizem sempre que a verdade é relativa, então, por que eu hei de contestar?
Minha verdade é essa e ponto.

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sábado, janeiro 20, 2007

uma flor, uma poesia... uma ilusão!

Hoje, nada de filosofias... nada de pensamentos revolucionários...
somente uma poesia... uma poesia capaz de transcrever almas...

Sentimentos são tão simples...
E por isso mesmo tão complexos!

Longe do meu lado

Se a paixão fosse realmente um bálsamo
O mundo não pareceria tão equivocado
Te dou carinho, respeito e um afago
Mas entenda, eu não estou apaixonado
A paixão já passou em minha vida
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
E agora carrego em mim
Uma dor triste, um coração cicatrizado
E olha que tentei o meu caminho
Mas tudo agora é coisa do passado
Quero respeito e sempre ter alguém
Que me entenda e sempre fique ao meu lado
Mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
E saudade é só mágoa por ter sido
Feito tanto estrago
E essa escravidão e essa dor
Não quero mais
Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado
Não estou mais pronto para lágrimas
Podemos ficar juntos
E vivermos o futuro, não o passado
Veja o nosso mundo
Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
Mas entenda, não quero estar apaixonado.

(Renato Russo)

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Ode ao amigo d´outro-lado

Noites em claro de conversa boêmia
Sonhos traçados (como que por um lápis quebrado)
Experiências inexperientes
Bússola que insiste em falhar
Idéias de concreto fresco
Acasos, ocasos

Formas duras, quebradas, incolores,
Viajam -
Telas, redes, cabos, telas
Sim, falta a voz, o suspiro, o olhar, a vida!
Porém, ainda estamos aqui!
E a caligrafia dos sentimentos se revela
Em tinta fresca, curvas próprias
Nos livros em constante revisão.

São gritos
Que transcendem a palavra
Ajuda para manter as velas em pé
E aquele fio
Frágil, e com pontas do mais puro ouro
Perdura por anos, milhas vencidas
50, 150, 300

Ah, tudo isso são só barcos, neblina – o mar!
Vai-vem-foge-encosta-desaparece-volta-brilha
E mesmo debaixo de pesada neblina,
Mar tão agitado, pela lua, pelos barcos,
Vemos a silhueta – o suficiente
Para sabermos que vagamos
Felizes
Além dos cabos de metal.

Essa ode foi criada em parceria com o Diego (Diegão) na noite em que descobrimos que nossa amizade sobreviveu a 3 anos de intempéries, marés, derivas...

Para comemorar, escrevemos em parceria, para publicarmos juntos, cada qual em seu blog, a ode à nossa amizade!

terça-feira, setembro 26, 2006

Quando as estrelas caem no meu quintal

Se fosse meio-dia...
Não poderia beber do doce que o orvalho oferece
Sentar-me na grama úmida
De orvalho
Sentindo pelo corpo o leve arrepio
A calma brisa passa lentamente
o céu nublado

Se fosse meio-dia...
Estaria a dormir em qualquer esquina
o leve vento que balança
O gramado torna-se a cama ideal
O céu se abre
O frio é dissipado por um calor entorpecente
... Se deitasse... Se deitar
Mais molhada
Mais quente

Se fosse meio-dia
Estaria entregue à sorte. Passado o torpor, seria como se a vida tivesse ido embora...
Era noite. Tarde da noite
A grama molhada com o orvalho salgado
O céu amplo e infinito não delimita os limites para o desejo de
para o desejo de flutuar sobre as nuvens
De pernas para o ar. De ponta cabeça
Cada vez mais alto
Cada vez mais quente
Deitada
Molhada
Amada...
No céu, visivelmente reconhecia-se a constelação de Órion
Órion que em sua caça persegue as plêiades fugitivas
fugindo
Perdida
Querendo estar perdida
Encontrada.
Óreon em seu golpe final
Arremata a plêiade com sua espada

Se fosse meio-dia
As estrelas não cairiam no meu quintal.






quinta-feira, agosto 31, 2006

Ainda que um instante...

Se fechasse os olhos ainda sentiria o pulsar daquela visão. Queria qualquer coisa que pudesse, de maneira repentina, apagar tudo que a fizesse recobrar o que vira.
Nunca fora de se intimidar com pouca coisa, mas agora aquele espectro tornou-se quase iminente a seus olhos. Sentia também aquele cheiro, aquele acre cheiro de qualquer coisa que não prestasse.
A disparidade entre o que ela via e o que sentia era tamanha, que não pôde passar desapercebido pelos meus olhos. Ele sofria.
Era um sofrimento pequeno-burguês e mesquinho, mas ainda assim era um sofrimento.
Sentia-se egoísta e impotente frente à realidade que só vira nesses filmes brasileiros, que têm a mania de serem feios. Agora não havia como fechar os olhos, porque mesmo quando o fechava, lá estava a imagem que tanto a constrangia.
...
Sentou-se no carro e esperou que o coração parasse de bater. Deu partida. Iria para bem longe dali. Para onde? Para qualquer lugar!
Chegou no escritório do namorado. Abraçou-o: “Vamos almoçar juntos?” Foi.
E almoçaram, mesmo à revelia daquelas crianças que momentos atrás ela vira revirar os latões de lixo, esfomeadamente, de um outro restaurante, em um outro ponto da cidade, em meio a ratos e o odor característico de comida estragada.
Foi um momento. Por alguns instantes ela teve a consciência de que o mundo é bem maior e mais complexo do que sonhara sua vã filosofia. Ainda que ela venha a se esquecer disso depois.